O Xadrez Brasileiro em 2024
O ano de 2024 acabou, e podemos agora fazer uma avaliação do xadrez brasileiro. Vamos começar com os nossos GMs.
Os Grandes Mestres:
Fier: Foi de longe, o melhor jogador do Brasil no ano. Ele jogou 199 partidas pensadas e ganhou sete torneios no ritmo clássico, incluindo seu pentacampeonato brasileiro, além de ter atingido brevemente os 2600+ no meio do ano.
Supi: Teve um ano bastante abaixo do esperado, jogando apenas 30 partidas pensadas em três torneios: Continental Americano, Abu Dhabi Masters e Olimpíadas. Nesta última, foi o jogador de menor desempenho na equipe. Apesar disso, conquistou sua quarta vitória na carreira contra jogadores acima de 2600, ao vencer Alexandre Predke (2685) no Abu Dhabi Masters.
Krikor: Foi ainda menos ativo, com apenas 16 partidas no ano, disputando o Sesc Caiobá e o Niterói Chess Open, sendo vice-campeão em ambos.
A grande surpresa do ano foi, sem dúvida, Renato Quintiliano. Ele jogou 98 partidas no ano e teve ótimos desempenhos em muitos eventos. Foi campeão no ITT Magistral Osasco 2024, no Sesc Caiobá, e brilhou nas Olimpíadas, sendo, de longe, o melhor jogador da equipe.
Outros GMs ou não estão ativos ou, como Everaldo Matsuura e Darcy Lima, estão muito ativos, mas claramente não em uma fase competitiva na carreira, apesar de ainda conquistarem títulos. Vale citar que Rafael Leitão conquistou o único torneio que jogou, o Manaus Chess Open.
Os Jovens:
Neste tópico, temos notícias boas e ruins. Vamos começar com as boas.
Stefan Lima, Mathias Casalaspro e Matheus Mendes, três jovens talentos, conquistaram o título de Mestre FIDE (MF). Frederico Jardim venceu o campeonato gaúcho com apenas 13 anos, se aproximando dos 2200 de rating. Casalaspro se destacou ainda mais, alcançando 2317 pontos, sendo o nono maior rating do mundo abaixo dos 13 anos. Clara Dias, de 15 anos, jogou sua primeira Olimpíada e mostrou grande potencial para o futuro.
Agora as más notícias: o Brasil foi sede do Campeonato Mundial Juvenil no final de outubro, evento que apresentou uma queda na qualidade da organização, com apenas 24 tabuleiros digitais, contra os 120 utilizados na edição realizada na Europa no ano anterior. Além disso, o desempenho brasileiro foi muito abaixo do esperado. Dos 97 jogadores brasileiros, apenas 34 ganharam rating, enquanto 63 sofreram perdas, algumas superiores a 150 pontos, o que evidenciou um melhor preparo dos estrangeiros. Frederico Jardim foi o único brasileiro a figurar no top 30 em qualquer categoria.
Lucas Cardoso se tornou o mais novo MI do país no Campeonato Brasileiro realizado em dezembro.
Bom esse é um resumo muito breve e limitado do que ocorreu no xadrez brasileiro em 2024, espero que 2025 nos traga conquista maiores, especialmente se tratando de torneios internacionais.