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Livro interessante sobre Mequinho, o maior enxadrista brasileiro
O livro "Mequinho, o Xadrez de um Grande Mestre", da editora Ciranda Cultural, é uma justa homenagem a este jogador que é amplamente considerado o maior enxadrista da história do Brasil.
A obra se inicia com uma breve autobiografia de Henrique Costa Mecking. Nascido em Santa Cruz do Sul (RS) em 1952, ele aprendeu a jogar xadrez aos 5 anos, ensinado por sua mãe, Maria José (em um podcast, ele disse que, antes do xadrez, aprendeu a jogar damas e logo começou a ganhar dos adultos ao seu redor, passando a querer aprender xadrez por este ter peças mais interessantes).
Com 8 anos, Mecking mudou-se para Pelotas, onde conheceu Dirk Dagobert van Riemsdijk. Cerca de dez anos mais velho, este tinha vindo da Holanda, de onde trouxera livros sobre o jogo, com os quais ele e Mecking estudaram juntos. O xadrez era a principal ocupação do prodígio gaúcho. De início, Dirk era mais forte do que Mecking, mais a situação se inverteu rapidamente.
Mecking ganhou os Campeonatos Brasileiros Absolutos de 1965 (com 13 anos) e 1967 (com 15 anos). Durante um tempo sua mãe impediu que ele participasse de torneios muito afastados, mas logo ele começou a ter presença em competições internacionais.
Em 1972, recebeu o título de Grande Mestre. Foi o primeiro do país a alcançar a faixa preta do xadrez. No próximo ano, Bobby Fischer perdeu o título mundial por se recusar a jogar contra o desafiante Anatoly Karpov, e Mecking ficou com vontade de jogar um match contra o norte-americano. Ambos estiveram por vários dias jogando em Caracas, na Venezuela; foi o momento em que o match chegou mais perto de acontecer, mas infelizmente não aconteceu.
Mecking ganhou dois Interzonais — o de Petrópolis, em 1973, e o de Manila (Filipinas), em 1976 —, torneios que eram uma parte importante da disputa pelo título mundial. Esses interzonais lhe garantiram vagas para o Torneio de Candidatos. Ele chegou a ser o terceiro melhor jogador do mundo, de acordo com o ranking oficial da Fide, publicado em 1978, atrás apenas de Korchnoi e Karpov.
Infelizmente, precisou pausar sua carreira devido à miastenia grave, doença autoimune que prejudica a comunicação entre o sistema nervoso e os músculos, causando fraqueza, cansaço, dificuldade de engolir, problemas de visão, entre outros sintomas. Mas, dando um exemplo também fora dos tabuleiros, se recuperou e voltou a atuar no xadrez, proporcionando novas partidas espetaculares.
O livro "Mequinho, o Xadrez de um Grande Mestre" foi escrito pelo próprio biografado em conjunto com o mestre Adriano Caldeira. Contém uma seleção de suas 40 melhores partidas, todas comentadas, além de outras partidas, passando por toda a carreira do biografado, antes e depois do afastamento devido à miastenia. Também contém muitas fotografias de épocas diversas. Muito recomendado.
Confira abaixo um exemplo de partida retirada do livro (p. 43-44, é a Partida 22 de suas 40 melhores).