Para começo de conversa antes que algum especialista de elevada pompa apareça para se opor ao ponto de vista que exporei, se apoiando em sua experiência e sucesso no âmbito do xadrez, destaco que não tenho qualquer expectativa de validar minha tese com base nos meus resultados, uma vez que obviamente são incomparáveis a quem se dedica e tem ambições reais com o seu nível de jogo de xadrez.
Falo aqui como um hobbista que enxerga o esporte como uma válvula de escape, e aprecia interagir com os outros jogadores por meio das partidas, sem qualquer propósito de ser relevante no campo, mas que por praticar há alguns anos e é plenamente capaz de avaliar a própria trajetória.
Feita essa antecipação, quero abordar o principal assunto desse tópico que é tratar da contaminação do cenário brasileiro de xadrez pelo fenômeno da "cursificação", que vem assolando muitas outras áreas da vida contemporânea. Não é de se surpreender que isso ocorresse com o xadrez, afinal de contas por ser mais uma atividade cultural, e portanto que contém peculiaridades e funcionamentos específicos, inspira competição entre seus praticantes, o que implica em última análise em valorização do conhecimento adquirido por algumas pessoas e subsequente comercialização por aquelas mais dominantes e ambiciosas.
Muitas dessas pessoas que surgem oferencendo cursos, e pagando inclusive por propaganda de seus programas, utilizam o discurso intransigente de que o aprendizado individual é impossível e que elas representam o único caminho para o aprendizado, já que detêm experiência e dominam o conteúdo e sendo assim podem fazer um acompanhamento guiando aqueles que querem evoluir. Ora, é nesse ponto que surge em mim um questionamento que julgo absolutamente genuíno, e que é o seguinte: por qual razão meu crescimento individual nessa prática, mesmo que questionável, está sendo completamente ignorado?
Jogo principalmente partidas de blitz e bullet, duas ou três vezes por semana a cerca de três anos. Naturalmente no início fiquei estagnado na faixa dos 1300 de rating, conhecendo apenas o movimento das peças. Com o passar do tempo, a fim de tornar as partidas mais longas, resolvi utilizar as ferramentas gratuitas de análise das partidas que sites fornecem, para observar variantes em momentos críticos do jogo em que eu cometia escolhas prejudiciais.
Foi por meio desse processo empírico e obviamente lento que pude ver de forma concreta que, por exemplo, permitir torres do meu adversário na sétima definitivamente não era bom negócio, e portanto a partir dali controlar colunas seria um aspecto fundamental durante as partidas.
Aos poucos, esse processo de análise com as sugestões da engine pós partidas perdidas foi me dando condições de evitar os mesmos erros nas próximas partidas, e pude assim subir para a faixa dos 1800 de rating, tanto em blitz como no bullet. Ora, é óbvio que é um crescimento pequeno quando comparado ao que se aprende com treinadores etc, no entanto dizer que é um crescimento inexistente como esses especialistas tem dito é faltar com a verdade. Simples assim.
Portanto, a constatação que se apresenta é a de que pessoas que surgem como sendo os "bons moços do único caminho para aprender xadrez" não passam de indivíduos que abusam da vulnerabilidade de pessoas iniciantes, pessoas essas que tem um propósito muito singelo de melhorar, não para serem campeões, mas para apenas melhorar.
Esse crescimento é sim possível realizar de forma individual, com ferramentas de análise, ou livros para quem tem mais tempo disponível, mesmo que aos trancos e barrancos, como tudo na vida. Deveríamos ter mais pessoas que estimulassem as pessoas a se emanciparem por conta própria, e não essas que só se preocupam em estimular as pessoas a transferirem seus poucos recursos financeiros para os bolsos deles, os especialistas sagrados de elevada pompa do xadrez.
Para começo de conversa antes que algum especialista de elevada pompa apareça para se opor ao ponto de vista que exporei, se apoiando em sua experiência e sucesso no âmbito do xadrez, destaco que não tenho qualquer expectativa de validar minha tese com base nos meus resultados, uma vez que obviamente são incomparáveis a quem se dedica e tem ambições reais com o seu nível de jogo de xadrez.
Falo aqui como um hobbista que enxerga o esporte como uma válvula de escape, e aprecia interagir com os outros jogadores por meio das partidas, sem qualquer propósito de ser relevante no campo, mas que por praticar há alguns anos e é plenamente capaz de avaliar a própria trajetória.
Feita essa antecipação, quero abordar o principal assunto desse tópico que é tratar da contaminação do cenário brasileiro de xadrez pelo fenômeno da "cursificação", que vem assolando muitas outras áreas da vida contemporânea. Não é de se surpreender que isso ocorresse com o xadrez, afinal de contas por ser mais uma atividade cultural, e portanto que contém peculiaridades e funcionamentos específicos, inspira competição entre seus praticantes, o que implica em última análise em valorização do conhecimento adquirido por algumas pessoas e subsequente comercialização por aquelas mais dominantes e ambiciosas.
Muitas dessas pessoas que surgem oferencendo cursos, e pagando inclusive por propaganda de seus programas, utilizam o discurso intransigente de que o aprendizado individual é impossível e que elas representam o único caminho para o aprendizado, já que detêm experiência e dominam o conteúdo e sendo assim podem fazer um acompanhamento guiando aqueles que querem evoluir. Ora, é nesse ponto que surge em mim um questionamento que julgo absolutamente genuíno, e que é o seguinte: por qual razão meu crescimento individual nessa prática, mesmo que questionável, está sendo completamente ignorado?
Jogo principalmente partidas de blitz e bullet, duas ou três vezes por semana a cerca de três anos. Naturalmente no início fiquei estagnado na faixa dos 1300 de rating, conhecendo apenas o movimento das peças. Com o passar do tempo, a fim de tornar as partidas mais longas, resolvi utilizar as ferramentas gratuitas de análise das partidas que sites fornecem, para observar variantes em momentos críticos do jogo em que eu cometia escolhas prejudiciais.
Foi por meio desse processo empírico e obviamente lento que pude ver de forma concreta que, por exemplo, permitir torres do meu adversário na sétima definitivamente não era bom negócio, e portanto a partir dali controlar colunas seria um aspecto fundamental durante as partidas.
Aos poucos, esse processo de análise com as sugestões da engine pós partidas perdidas foi me dando condições de evitar os mesmos erros nas próximas partidas, e pude assim subir para a faixa dos 1800 de rating, tanto em blitz como no bullet. Ora, é óbvio que é um crescimento pequeno quando comparado ao que se aprende com treinadores etc, no entanto dizer que é um crescimento inexistente como esses especialistas tem dito é faltar com a verdade. Simples assim.
Portanto, a constatação que se apresenta é a de que pessoas que surgem como sendo os "bons moços do único caminho para aprender xadrez" não passam de indivíduos que abusam da vulnerabilidade de pessoas iniciantes, pessoas essas que tem um propósito muito singelo de melhorar, não para serem campeões, mas para apenas melhorar.
Esse crescimento é sim possível realizar de forma individual, com ferramentas de análise, ou livros para quem tem mais tempo disponível, mesmo que aos trancos e barrancos, como tudo na vida. Deveríamos ter mais pessoas que estimulassem as pessoas a se emanciparem por conta própria, e não essas que só se preocupam em estimular as pessoas a transferirem seus poucos recursos financeiros para os bolsos deles, os especialistas sagrados de elevada pompa do xadrez.